Por ocasião do dia dos pais (dia 14 de agosto), comemoramos a Semana Nacional da Família, com o tema proposto pela CNBB “Amor familiar, vocação e caminho de santidade”, em sintonia com o X Encontro Mundial das Famílias, convocado pelo Papa Francisco. O tema é bem apropriado para o mês de agosto, mês vocacional.
Que a Sagrada Família nos impulsione a sermos uma Igreja Família de famílias, onde todos nos sintamos chamados a construir um caminho da “Alegria do Evangelho” na “Alegria do Amor” (Dom Ricardo Hoepers, presidente da Comissão Episcopal Pastoral Vida e Família).
Sempre vem à nossa mente a frase “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24,15). A família unida no serviço do Senhor permanecerá sempre unida em seus membros. Respeitada a hierarquia para com Deus, será respeitada a hierarquia interna da família. E haverá ordem, paz, respeito, amor e concórdia. A família que reza unida permanece unida. E irradiará a paz e o verdadeiro amor em torno de si, beneficiando a sociedade inteira.
A Igreja sempre deu enorme importância à família, tratando-a como “Igreja doméstica e santuário da vida”, porque ambas nos transmitem a Fé: “tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé” (C.I.C. n.171).
“A família é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida”, dizia São João Paulo II. Bento XVI, no Encontro Mundial das Famílias, em Valência, Espanha, afirmou que “esta é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.
Naquele encontro mundial das famílias, refletiu-se no tema “a transmissão da Fé na família”. “Nenhum homem se deu o ser a si mesmo nem adquiriu sozinho os conhecimentos elementares da vida. Todos recebemos de outros a vida e as verdades básicas para ela, e estamos chamados a alcançar a perfeição em relação e comunhão amorosa com os demais.
A família, fundada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher, expressa esta dimensão relacional, filial e comunitária, e é o âmbito no qual o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se de maneira integral”.
E o Papa emérito corroborava seu ensinamento com os exemplos bíblicos de Ester e de São Paulo: “Ester confessa: ‘No seio da família, ouvi desde criança, Senhor, escolheste Israel entre todos os povos’ (4, 16). Paulo segue a tradição dos seus antepassados judeus prestando culto a Deus com consciência pura.
Louva a fé sincera de Timóteo e recorda-lhe: ‘a tua fé, que se encontrava já na tua avó, Loide, e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontre também em ti’ (2 Tm 1, 5). Nestes testemunhos bíblicos a família compreende não só pais e filhos, mas também avós e antepassados. Assim, a família se nos apresenta como uma comunidade de gerações e garantia de um patrimônio de tradições”.
Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney