Comunidade católica celebra a Festa do Senhor Bom Jesus e da Coroa do Divino em Bom Jesus de Itabapoana

Tradição de 147 anos a Festa da Coroa do Divino na Paróquia Senhor Bom Jesus teve programação encerrada na segunda feira com missa solene e o cortejo com a coroação do Menino Imperador. Arthur de Oliveira Teixeira. Uma festa que representa a memória coletiva de uma devoção trazida para Bom Jesus de Itabapoana no Século XVIII.

Arthur vem de uma família com raízes históricas na tradição preservada na cidade. Sua família, guarda a história dos primórdios dessa tradição que representa a identidade cultural e religiosa do município. O casal Francisco Teixeira de Siqueira e Felicíssima Roza de Oliveira foram os responsáveis pelo envio dos símbolos sagrados a Bom Jesus de Itabapoana, além de participarem das missões de evangelização deixaram como legado a construção do altar e aquisição dos bancos da matriz construíram algumas capelas da cidade.

Arthur é coroinha e tem no serviço ao altar sua grande realização que divide com irmão Filipe de Oliveira Teixeira, 17 anos, atualmente Cerimoniário. A mãe Elizabeth Silva de Oliveira Teixeira, que é Coordenadora dos Coroinhas recebe as lições de fé, compromisso e serviço a liturgia e a igreja. Uma família que serve a igreja e o compromisso com a cultura local, centrada na espiritualidade, diálogo entre a fé e a cultura.

Para a mãe de Arthur a escolha do filho para ser o imperador é um momento marcado pela alegria e emoção. E um momento de reascender a fé. No ano passado problemas de saúde impediram o menino de ser o guardião da tradição centenária e dos símbolos que foram trazidos para a cidade por seus antepassados. Além das graças alcançadas Arthur é um menino que representa o futuro da juventude que mantêm sua fé e emoção da escolha para preservar o legado de fé e de cultura de sua cidade.

– Tem sido um momento de muita paz e de maior conexão com Deus. A escolha de Arthur como menino imperador foi muito importante para a nossa família, uma realização muito grande. Espero que através de Arthur e da nossa família, o Espírito Santo consiga realizar grandes coisas. – destacaFilipe de Oliveira Teixeira

– A importância da Festa do Divino e da recepção das relíquias, a coroa e o cetro que foram trazidas por. Felicíssima Teixeira no Século XVIII mostram como uma tradição de mantem viva e com esses atributos ao Espírito Santo a coroa da vida eterna, da graça e de toda a criação, porque e a alma da igreja, o Espírito vivificador que reanima o mundo, e o cetro é o poder que não é dominação, mas serviço na igreja de ser uma igreja missionária, misericordiosa que esta sempre lavando os pés da humanidade, curando e restaurando vidas. E por isso é muito importante essa tradição da igreja, centrada no Espírito Santo possa nos impulsionar a viver uma igreja sinodal, a caminho e gere novos paradigmas de convivência e da sociedade do bem viver e onde caibam todos sem pessoas a mendigar nos açougues por não ter o que comer e não tenham de esperar meio ano por uma consulta ou ficar em leitos nos corredores dos hospitais. E essa festa do Senhor Bom Jesus e o Espírito Santo e coroamos uma criança como imperador. – Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo de Campos.

O Ativista Cultural e Ambiental e Comunicador das Mídias Sociais Frederico Sueth Rangel destaca que a preservação e resgate histórico/cultural de Bom Jesus do Itabapoana, a Festa da Coroa do Divino Espírito Santo, é sem dúvidas o mais relevante patrimônio histórico, cultural, turístico e imaterial de Bom Jesus do Itabapoana, a história da devoção ao Divino Espírito Santo e suas tradições trazidas pelos Teixeira de Siqueira ainda em 1860, confunde com a própria história da fundação e construção de Bom Jesus do Itabapoana em seus primórdios no século XIX.

– Como difusor de nossa história desde o início da ocupação do solo de Bom Jesus, tenho comigo aquele pensamento muito citado que, “um povo sem memória, é um povo sem identidade, e está fadado a cometer no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”, e nesse sentido, a preservação das tradições e relíquias seculares do Divino Espírito Santo, é nossa mais rica manifestação cultural, transcendendo até o aspecto meramente religioso, fazendo desse evento protagonista na construção de nossa sociedade. – revela Frederico.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos/ Fotos: Ceci Maria Monteiro e Rosângela Figueiredo – Pascom Paróquia Senhor Bom Jesus.