Aleluia! Enfim, o time de futebol do Colégio Pio Brasileiro — constituído por padres e seminaristas que estudam em Roma —, está a um passo de colocar as mãos na cobiçada taça da 11ª edição da inusitada Clericus Cup, a Copa do Mundo dos Sacerdotes Católicos, ou Campeonato Mundial Pontifício, como também é conhecida a competição disputada no Vaticano desde março.
Neste sábado, os “batinas verdes e amarelas”, como são carinhosamente chamados, entram em campo pelas quartas de final do certame, para enfrentar a boa equipe da Pontifícia Univertità Gregoriana.
“Estamos animados. Treinamos muito, de olho no ´caneco` inédito para o Brasil”, garantiu, em entrevista ao DIA pelo WhatsApp, o capitão do Pio Brasileiro, padre Neimar (com I), meio campista de 34 anos, que chama a atenção da imprensa romana por ser xará do atacante Neymar. Ele lembra que na semana passada, em jogo amistoso, o Pio venceu por 3 a 0 um misto dos times da Chape Cusmano Belga, dirigido pelo padre brasileiro Adenis de Oliveira, e Vaticano Anselmiano.
Mas para levar o cálice, quer dizer, o `caneco´, o Pio Brasileiro vai ter que superar uma das melhores equipes da competição até aqui. A Università Gregoriana, que terminou a última fase como líder do grupo A, com 12 pontos, encantou a torcida com resultados positivos nas últimas rodadas, especialmente por conta de duas goleadas: 8 a 0 sobre o Collegio Apagnolo, e 5 a 1 contra o Pontifício Collegio Ucraino. “Vamos ver agora, dentro de campo, se nossas rezas serão atendidas”, brinca Neimar. Já o Brasil, que nunca tinha chegado numa semifinal, terminou a última rodada em segundo lugar no grupo D, com 5 pontos, quatro atrás do líder Mater Ecclesiae.
Os resultados podem ser acompanhados pelo site www.clericuscup.it. Outro padre que a torcida vem, literalmente, botando fé, é Leandro Nunes Teixeira, de 35 anos, pároco de Volta Redonda, no Sul Fluminense. Padre Leandro é torcedor fanático do Flamengo e atua no time como lateral direito. “Estamos focados na taça inédita”, diz.
Na Clericus Cup, as entradas mais duras nos colegas são evitadas a todo custo. “Xingar a mãe do juiz, nem pensar”, brincou o sacerdote volta-redondense, às gargalhadas, na primeira entrevista ao DIA, em março. Destaca-se também no Pio Brasileiro, escola mantida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o goleiro Carlos Gomes, 37, que antes de optar pela vida no altar, jogou, de verdade, no Goiás.
A copa, que reune 404 padres de 66 nacionalidades em 18 times. As regras são um pouco diferentes do futebol convencional. O tempo para cada lado é de 30 minutos e não 45. E há apenas um cartão, de cor azul, que, diante de alguma indisciplina, digamos, menos religiosa, bota o faltoso para “pensar e se arrepender do que fez” por pelo menos oito minutos. A melhor performance dos brasileiros no campeonato foi em 2010, com um tímido terceiro lugar.
Fonte: O Dia