Delegacias do RJ estão com sistema fora do ar por suposta falta de pagamento de terceirizada

Não é só a paralisação dos policiais civis que preocupa o chefe da corporação, delegado Carlos Leba. O risco de interrupção no sistema de informática da polícia também é motivo de temor. Com o atraso no pagamento à Prol, empresa responsável pela manutenção da rede de dados, os problemas no serviço têm sido cada vez frequentes. Na semana passada, o sistema da DC — Polinter, que tem entre suas atribuições informar sobre mandados de prisão em aberto e cadastrar novos, ficou duas horas fora do ar.

– Sem o nosso sistema, não é só a polícia que vai parar. Vai repercutir em outros órgão, como Detran e Tribunal de Justiça. Será o caos – afirma Leba.

Nesta quinta-feira (09), o fato concreto é que o sistema integrado entre as delegacias de todo o estado, já está inoperante. A informação, inclusive, foi confirmada pela Rádio Natividade, junto à 140ª Delegacia. Há unidades, em que presos se acumulam nas carceragens, por não haver como realizar os registros.

A polícia deve seis meses de serviço à empresa. A dívida gira em torno de R$ 9 milhões. Na semana passada, a corporação conseguiu verba de R$ 1,5 milhão para pagar pelo mês de julho. Por causa do débito, a Prol demitiu funcionários e outros pediram para sair. Assim, o serviço tem ficado prejudicado. A companhia admitiu que tem sofrido “grandes problemas operacionais” por conta dos atrasos no pagamento.

– O sistema está à beira de um colapso por causa da falta de pagamento. De um ano para cá, a situação tem se agravado muito. O sistema está operando muito mal. E além da falta de pagamento aos terceirizados que cuidam da manutenção, não há investimentos em melhorias – afirma Marcio Garcia, diretor da Coligação de Policiais Civis.

– Hoje, não posso perder sinal, senão prejudico o trabalho e atendimento nas unidades de uma forma geral. Nossa sensibilidade é TI (Tecnologia da Informação) e Polícia Técnica. A estratégia é tentar fazer com que a gente ganhe tempo, pagando minimamente a fatura dessas áreas essenciais – explicou o chefe de polícia, delegado Carlos Leba.

A subchefe administrativa, delegada Elizabeth Cayres, explica que oficialmente a Polícia Civil só deve à Prol a fatura pelos serviços prestados no mês de agosto. Isso porque para cobrar o que não foi pago, a empresa precisa quitar obrigações trabalhistas e impostos referentes ao mês. Mas sem o pagamento em dia, a companhia só consegue saldar esses débitos quando recebe um pagamento da polícia.

A delegada explica ainda que o valor do contrato com a Prol era de R$ 6 milhões mensais, mas o valor foi sendo reduzido por causa das demissões e pedidos de saída dos próprios funcionários.

Para tentar suprir a perda de funcionários que fazem a manutenção do sistema da Polícia Civil, a solução tem sido buscar ajuda dentro da própria corporação. Segundo Carlos Leba, policiais que são especialistas na área estão sendo chamados para ajudar a manter o sistema.

Da redação da Rádio Natividade com informações do Extra

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