O estado de penúria pelo qual passa o estado do Rio de Janeiro, está atingindo em cheio os serviços públicos prestados pela 140ª Delegacia de Natividade, cujos servidores estão em greve há quase três semanas. Na distrital, responsável ainda pelo vizinho município de Varre-Sai, falta praticamente de tudo.
De acordo com os agentes, que apesar do movimento, continuam cumprindo plantões e carga horária normalmente, a única viatura está quebrada há quase dois meses, prejudicando assim todo o trabalho, uma vez que sequer as intimações estão sendo realizadas desde então. Até mesmo os procedimentos internos estão altamente prejudicados, já que as impressoras estão inoperantes por falta de tonner.
O delegado Gésner César Bruno, tem relatado as deficiências junto à chefia de Polícia Civil, mas de acordo com colegas, não tem obtido qualquer tipo de resposta positiva. Na unidade, como nas demais do estado, apenas casos mais graves estão sendo registrados.
A GREVE:
A greve da Polícia Civil do Rio de Janeiro segue por tempo indeterminado. Apesar do pagamento do salário de dezembro ter sido feito, a categoria mantém a greve e está atendendo nas delegacias apenas os casos mais graves como homicídios, sequestros, estupros, remoções de cadáver e cumprimento de prisão em flagrante.
Segundo eles, outras reivindicações da classe ainda não atendidas como a regularização no pagamento dos bônus para quem cumpre as metas de segurança, que atrasados há mais de um ano e também o pagamento das horas extras, atrasados há cinco meses. Outra bandeira é o pagamento de funcionários aposentados e inativos no mesmo calendário. Atualmente, só o salário de novembro foi pago a esse grupo.
A greve afeta a vida da população que, em maio à crescente violência em todo o estado, não vem conseguindo registrar os crimes junto à polícia, que afirma que não pensa em parar a greve até ter todas as suas demandas atendidas pelo estado.