Os últimos dias desta reta final de convenções, em que os partidos políticos escolherão seus candidatos a prefeito, vice e vereadores, prometem ser de muita tensão e articulações em Natividade. Extraoficialmente, pelo menos cinco nomes majoritários se arvoram como preparados para disputar os pouco mais de nove mil votos válidos do município, que em sua história recente, viveu momentos conturbados no cenário político.
De um lado, a situação capitaneada pelo atual prefeito, o petista Francisco Martins Bohrer, o Chico da Saúde, candidato natural à reeleição, que sem grandes alterações, deverá emplacar a mesma chapa que venceu a extemporânea disputa do ano passado, com Alan Batata, como vice.
No entanto, inegavelmente, a grande confusão está mesmo formada entre aqueles que se dizem oposição, que faltando menos de uma semana para o prazo limite para o encerramento das convenções, parecem não falar a mesma língua. Para se ter uma ideia, nos bastidores, siglas amanhecem com um e terminam o dia com outros, numa total demonstração de falta de unidade entre os grupos que procuram surfar no desgaste do atual mandatário, que por sinal, deve estar rindo de orelha a orelha. Afinal de contas, matemática é ciência exata. Ou seja, quanto mais dividida a oposição, melhor para o governo.
A situação é tão complicada, que neste final de semana, presidentes de pelo menos 12 partidos (de oposição), publicaram nas redes sociais, nota de repúdio contra um tradicional, porém controverso articulador local, também oposicionista, que supostamente, se valendo de seu prestígio, deixou Murilo Júnior (PMDB), em situação bastante delicada. É que ele teria convencido o grande cacique fluminense Jorge Picciani, a determinar que os peemedebistas passassem a marchar a partir de agora, com o vereador Severiano Rezende, o Neném, que na eleição suplementar passada, conseguiu expressiva votação. Murilo, que é filho do ex-prefeito de mesmo nome e já falecido, deveria então se contentar com o cargo de vice, fato que não estaria aceitando de bom grado, já que o moço propala aos quatro ventos, ser capaz de ser cabeça de chapa. Correligionários do presidente da ALERJ também chiaram e dizem que as coisas não podem ser decidas no atropelo. Mas, se tratando de Picciani é pouco provável que alguém ouse desafiá-lo.
Não há que se esquecer de Juliano França, ex-secretário de receita de Chico, com quem rompeu há meses e que, com o apoio de figuras importantes da cidade e região, inclusive de Itaperuna, onde chegou a ser secretário de saúde, tenta fortalecer seu nome. Aliás, este mesmo pré-candidato, conseguiu a proeza de abiscoitar para si, o PPS, de Conte Bittencourt, que chegou a afirmar a interlocutores, que com Chico não ficaria de jeito nenhum. Ficou dividido entre Juliano e Severiano, mas por fim, bateu o martelo em favor do primeiro. O grande detalhe é que a legenda abrigava três candidatos a vereador em potencial, que caminhariam ao lado dos petistas. Estes postulantes ao legislativo, por sua vez, coitados, seguem sem saber o que fazer. Ficaram sem o sal da janta. O jovem Marcos Paulo, do também novato REDE (que também subscreveu o texto de repúdio, contra as canetadas), corre como mais uma opção.
Resumo da ópera: Apesar dos discursos de unidade, parece que tal falácia é fruto apenas da retórica. Pode ser quem nem todos concordem comigo. Até porque, isso é natural. Viva a democracia! Mas tudo bem! É mesmo tempo de esperar para ver. Pois como disse um amigo: Apesar do pouco tempo e da seca, até o dia cinco de agosto, muita água irá passar por baixo dessa ponte que atravessa o Carangola.
*Por Vanderson Garcia – Jornalista profissional formado em Comunicação Social/Jornalismo