Meus queridos (as), raramente escrevo um artigo na primeira pessoa, mas juro que abrirei uma justa exceção.Estou no rádio desde 1990, mas apesar de todo esse tempo, sempre me emociono com certas questões que me são apresentadas. Principalmente quando envolve famílias e crianças. E foi justamente o que me aconteceu na manhã desta terça-feira (15), quando cheguei para trabalhar e me deparei com uma carta que me foi entregue, na qual quatro crianças e adolescentes, de quatro a 16 anos, relatavam a situação de penúria pelo qual estão passando.
Residentes em Varre-Sai (também moraram em Natividade), eles relatam que todos estão doentes (epilepsia, doença falciforme, cardiopatia e toxoplasmose) e que passam atualmente por graves privações, ao ponto de lhes faltar alimento no dia-a-dia. Nesta mesma carta, que posto junto a este texto, eles pede ao “Papai Noel” não brinquedos, mas o mínimo para poderem viver com dignidade. Dizem que a mãe (que não sabia do teor da carta), separou-se do pai deles, por motivos de “gente grande”, já que o homem teria dito que a mulher não servia para nada, além de gerar filhos doentes.
A família, inclusive, dizem as crianças, estaria correndo risco de ser separada, pelo fato de a mãe, não poder sustentá-los condignamente. Por esta razão, inclusive, ela teria já pensado em tirar a própria vida. Ao final da missiva, dizem que se eu não puder ajudar, que ainda assim, rezarão por mim todos os dias. Ao final deste texto que escrevo, com lágrimas nos olhos mais uma vez, faço-me a pergunta: Como ser insensível a uma situação desta?
Pois bem: Ainda na manhã de hoje, fui para o rádio e durante meu programa, comecei uma campanha, em que apelo para solidariedade de meus irmãos, no sentido de dar pelo menos neste NATAL, algo um pouco melhor para essas pessoas, que assim como nós, são seres humanos. Por favor, não queremos doações em dinheiro, apenas gêneros alimentícios, leite de caixinha, Sustagem, brinquedos, roupas e tudo mais que for possível. As doações poderão ser entregues na portaria da Rádio Natividade, que já recebeu muitas. Mas ainda não é o suficiente.
Espero não ser mal interpretado, mas se o for, paciência! Estarei com consciência tranquila de que assim como muitas pessoas que já fizeram suas doações, tento fazer a minha parte. Que Deus nos abençoe hoje e sempre!
Forte abraços e todos,
Vanderson Garcia