O caso do capoeirista agredido próximo a uma boate em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, em dezembro de 2014, por cerca de 10 homens, ganhou uma nova informação, durante audiência realizada nessa terça-feira (21) em Itaperuna. O advogado de um dos réus que está preso, Henrique Cerqueira, contou que uma médica relatou que Marcos Hiroyuki Iwata foi vítima de uma queda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) antes de ser encaminhado para o Hospital São José do Havaí, em estado grave.
Ainda segundo o advogado, o relato da médica seria baseado em informações de familiares. Já o irmão de Marcos, nega que o capoeirista tenha caído na unidade de saúde.
De acordo com informações de Henrique, advogado do réu, preso há cerca de quatro meses, durante a audiência foram ouvidos médicos que participaram do atendimento de Hiroyuki. Em um das audições, uma médica teria contado que a primeira tomografia não apontava problemas no cérebro da vítima e que, somente após um segundo exame, foi detectada dissecção carótida, uma das causas do Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquêmico.
“Os médicos disseram que quando ele estava no hospital não tinha nenhum problema na cabeça, ela disse que ficou sabendo que ele caiu na UPA e acarretou no sangramento no nariz, e isso tem no prontuário. Ela disse que a dissecção carótida pode ter acontecido devido a isso”, disse o advogado do réu por telefone, com base no relato de uma médica na audiência.
A família e o advogado de Marcos negam que ele tenha caído. Leonardo Hiroyuk, disse que ficou a todo instante ao lado do irmão e em momento algum houve queda. “Ele não caiu, fiquei com ele o tempo todo, ele foi perdendo a consciência e foi levado para a maca”, disse.
De acordo com o advogado do capoeirista, Samir Caldeira, o jovem foi atendido na UPA, em seguida transferido para o hospital para fazer exames e foi detectado que ele teve um sangramento no nariz. Mas após exames, ele foi liberado para retornar à unidade e ficar em observação. Logo depois o quadro se agravou.
O advogado, que também participou da audiência, disse que o relato da médica não foi convincente, já que foi baseado em informações que chegaram a ela por terceiros. “Nem foi ela que atendeu ele, essa possível queda teria sido na UPA e ela é médica do São José do Havaí. Ela disse que ouviu dizer que familiares teriam dito”, contestou Samir.
Nessa audiência também foram ouvidos policiais que participaram da ocorrência. O Ministério Público solicitou diligências, além das imagens dos exames. A próxima e última audiência está marcada para esta quinta-feira (23) em Porciúncula, onde será ouvida uma testemunha de defesa de um dos réus.
A partir dessa nova informação, o advogado do réu informou que pediu para o seu cliente responder em liberdade. Henrique também solicitou a cópia dos exames de tomografia e dos laudos médicos. Segundo o advogado, o juiz pode dar um parecer sexta-feira (24).
Com informações do G1.