O Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou o governador Wilson Witzel (PSC) do cargo, nesta sexta-feira, por causa das investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o envolvimento do governador em desvios na Saúde do estado durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). O vice-governador Cláudio Castro deve assumir o governo.
Além do afastamento do governador, a Polícia Federal faz, também hoje, uma operação para cumprir mandados de prisão contra o presidente nacional do PSC, o Pastor Everaldo, e o ex-secretário estadual de secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão.
Há também mandados de busca e apreensão contra a primeira-dama, Helena Witzel, e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT). Há ainda mandados sendo cumpridos no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, e no Palácio Guanabara, sede do governo do estado.
No dia 26 de maio, Witzel, o ex-secretário de Saúde e a primeira-dama já haviam sido alvos da Operação Placebo, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao governo do estado, como o Palácio Laranjeiras.
DELAÇÃO DE EDMAR SANTOS
O afastamento de Witzel e a operação de hoje teriam sido resultados da delegação premiada que o ex-secretário de Saúde Edmar Santos fechou com a PGR. Edmar foi preso no último dia 10 de julho, em um desdobramento da Operação Mercadores do Caos. Ele é apontado por fazer parte de uma quadrilha que desviou 36.922.920,00 dos cofres públicos do estado envolvendo organizações sociais (OSs). O ex-secretário foi solto em 6 de agosto.
A delação de Edmar Santos foi homologada no STJ, para quem o ex-secretário prometeu confirmar a existência de um esquema de corrupção no governo do estado. Edmar disse que tinha áudios de conversas com Witzel, o Pastor Everaldo e com deputados da Alerj.
Fonte: O Dia