Imóvel inundado na Serrinha/Aperibé

Chuva causa alagamentos e deslizamentos em Itaocara, Cambuci e Aperibé

A forte chuva registrada na tarde desta quarta-feira (20), causou transtornos e prejuízos em pelo menos três municípios do Noroeste Fluminense. Contudo, não há registros de feridos, desalojados ou desabrigados. Confira o balanço:

Cambuci:

Sem raios, granizo ou vento, a chuva que chegou mansa, mas logo ficou intensa e volumosa, causou o transbordamento de vários córregos em Cambuci na tarde desta quarta-feira (20). O córrego D’Antas invadiu residências nos bairros Guarani, Suburbano e Centro e o córrego Cristalina inundou a Rua do Machado.

Também transbordaram os córregos Santo Antônio, Santa Inês e Jacutinga, que ajudam a formar o córrego D’Antas. Os córregos D’Antas e Cristalina deságuam no rio Paraíba do Sul, que não corre o risco de transbordar. Outro córrego que transbordou foi o que corta a localidade rural de Coritiba e deságua no rio Pomba.

As inundações causaram prejuízos tanto na zona urbana quanto na rural. Uma ponte na estrada que dá acesso ao parque aquático da Cachoeira de Cambuci, importante atrativo turístico, foi danificada e precisou ser interditada. Na cidade, residências foram invadidas pela água nos bairros Guarani, Suburbano e Centro.  

O próprio secretário de Defesa Civil de Cambuci, Eduardo Werneck, chegou a ficar isolado em sua propriedade. As inundações, queda de árvores e excesso de lama dificultaram a locomoção do secretário às localidades mais afetadas. Conforme relataram moradores, na cidade, policiais militares do DPO local souberam do grande volume de água que chegava pelos córregos e conseguiram alertar a tempo vários moradores de áreas de risco, o que minimizou as perdas materiais de muitas famílias. Ainda não há informação de desalojados ou desabrigados.

O nível dos córregos começou a baixar na noite de hoje. No entanto, o solo permanece encharcado e há previsão de mais chuva forte para os próximos dias. Nas últimas 24 horas, o acumulado de chuva em Cambuci foi de 127,6 milímetros, segundo a medição do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN). A média histórica dos últimos 30 anos para todo o mês de novembro é de aproximadamente 180 mm.

Itaocara:

A chuva forte e quase ininterrupta há quase 20 horas em Itaocara está resultando em pontos de alagamentos e deslizamentos de terra. Na Sede, houve princípio de alagamento nas imediações da Rua São José, a principal via da cidade. Um valão transbordou no Bom Vale. Há informações de deslizamentos de terra no Juca Rocha, Eucalipto e no Florestal. No Juca Rocha, a terra voltou a ameaçar duas residências na Rua 4. A casa havia sido interditada pela Defesa Civil de Itaocara no ano passado, mas sem ter para onde ir, a moradora da casa debaixo teve que permanecer no imóvel.

“A prefeitura ficou de fazer um muro de contenção, o qual está colocando minha residência em risco com o período das chuvas já faz mais de 1 ano e até agora nenhuma providência foi tomada.”, comenta a moradora.

No Florestal,  a Defesa Civil foi acionada para atender outro deslizamento de terra. A encosta atingiu os fundos de uma casa e ameça outros imóveis. Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros apura um outro deslizamento de terra no Eucalipto. O muro caiu e atingiu uma moto na Rua Bom Jesus Matosinhos. Em nenhum dos deslizamentos houve vítimas.

No Centro, a Rua São José voltou a alagar, mas os carros transitavam normalmente. A água escoou após a intensidade da chuva diminuir. No Bom Vale, um valão transbordou pela segunda vez neste mês. Os moradores já vinham solicitando limpeza e o desassoreamento do valão antes do início das chuvas. Choveu mais de 100 milímetros no Centro. O volume é mais da metade da média histórica do mês de novembro.

Aperibé:

Embora a chuva tenha sido menos intensa no município vizinho de Aperibé nesta quarta-feira (20), os moradores também relatam transtornos, principalmente nos bairros em que há carência de infraestrutura. Na Serrinha, um córrego transbordou e inundou uma rua. A limpeza do córrego, que está assoreado e coberto pelo mato alto, já era reivindicação antiga de moradores, que temiam as inundações. Outras ruas da localidade também alagaram durante a chuva mais intensa.  

O coordenador da Defesa Civil de Aperibé, Jeferson Lopes, que está na Serrinha, informou que não há desalojados ou desabrigados no município até o momento. Alguns moradores ergueram os pertences por precaução, apesar de a chuva ter diminuído no início desta noite.

Também houve transtornos para os moradores do loteamento Derane. A água da chuva escoa com dificuldade devido ao sistema de drenagem do loteamento precário e as ruas ficam tomadas de lama. “O esgoto que a prefeitura não faz para ninguém, as causas estão ficando tudo… Até no morro entra água [em casas], porque a prefeitura não faz nada…”, disse revoltado um dos moradores da localidade.

Choveu nas últimas 24 horas na cidade um acumulado de 72 milímetros. A média histórica dos últimos 30 anos para novembro é de 183 mm.

Da redação da Rádio Natividade/Folha Itaocarense