Ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus voltam a são presos

Os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus foram presos novamente, na manhã deste quarta-feira. Foi a quinta prisão de Garotinho e a terceira da esposa. Eles foram encontrados em casa, no Flamengo, na Zona Sul do Rio, e levados em uma mesma viatura da Divisão de Capturas da Polinter (DC-Polinter) até a Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte.
A nova prisão do casal aconteceu após a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) ter derrubado, na terça-feira, o habeas corpus concedido em plantão judiciário pelo desembargador Siro Darlan no âmbito da Operação Secretum Domus, deflagrada em setembro.

Ontem, pelas redes sociais, Garotinho disse que seu grupo político e sua família são perseguidos.

“Desde que denunciei a quadrilha do ex governador Sérgio Cabral, com braços no Legislativo, no Ministério Público, como já ficou provado, e também em outros poderes do estado, a perseguição contra meu grupo político e minha família tornou-se insuportável. É um verdadeiro massacre que fazem contra nós. Todos os tipos de ilegalidades, injustiças cometidas pelo Ministério Público de Campos, membros da Polícia Federal de Campos e dois juízes têm sido feitos contra nós”, comentou, em um trecho da publicação.

A ACUSAÇÃO

O casal é acusado pelo Ministério Público estadual (MPRJ) de superfaturar contratos na gestão de Rosinha em Campos dos Goytacazes entre 2009 e 2016, causando um prejuízo de R$ 62 milhões aos cofres públicos do município.

Segundo o MPRJ, eles beneficiaram a construtora Odebrecht em licitações para a construção de 9.674 casas populares dos programas Morar Feliz I e II. As investigações apontam que os contratos, somados a aditivos, custaram R$ 1 bilhão, com superfaturamento superior a R$ 62,5 milhões, dos quais R$ 25 milhões teriam sido repassados em propina ao casal.

O esquema foi revelado por dois executivos da Odebrecht, em acordo de colaboração na Operação Lava Jato: os denunciados Leandro Andrade Azevedo e Benedicto Barbosa da Silva Junior. Outro executivo da empresa, Eduardo Garrido Fontenelle, também foi denunciado no inquérito.

OUTRAS PRISÕES

Garotinho foi preso pela primeira vez em novembro de 2016, na Operação Chequinho, que investigou compra de votos em Campos com o programa Cheque Cidadão. Na ocasião, ele passou mal e foi levado à força do Hospital Souza Aguiar para o Complexo de Bangu.

Em setembro de 2017, o ex-governador foi preso enquanto apresentava um programa de rádio. Ele havia sido condenado pela Justiça Eleitoral a 9 anos e 11 meses por corrupção eleitoral, entre outros crimes. Depois, passou à prisão domiciliar.

Em novembro do mesmo ano, o casal foi alvo da Operação Caixa D’Água, ambos acusados de corrupção, organização criminosa e falsidade em contas eleitorais. Na época, Garotinho fez greve de fome e disse ter sido agredido na prisão.

Fonte: O Dia