Foto: Elcinei Borges/Divulgação

Por causa da estiagem, Italva e Varre-Sai decretam situação de emergência

Mais duas prefeituras da Região Noroeste Fluminense, decretaram situação de emergência por causa da seca. Nesta quarta-feira,  Varre-Sai publicou documento em razão do longo período de estiagem que se arrasta desde o mês de março. Por causa do problema, o município vem acumulando grandes prejuízos econômicos, principalmente na agropecuária, com perdas na produção cafeeira, na produção de leite e gado de corte, estimados em valores superiores a R$ 10 milhões, com possibilidade de aumento do prejuízo, visto que de acordo com as previsões a estiagem ainda poderá durar até o final do mês de outubro.

Além dos prejuízos econômicos, Varre-Sai já vem enfrentando racionamento de água, pois o único manancial do município encontra-se com o  nível muito abaixo do normal para o período, sendo necessário o apoio de municípios vizinhos no abastecimento.

Como consequência da estiagem, o município também vem sofrendo com grande quantidade de queimadas, com o fogo tendo consumido aproximadamente 300 hectares de pastagens e vegetação nativa, de acordo com estimativa das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Defesa Civil.

Na área da Saúde houve um aumento no número de atendimentos a casos relacionados a doenças respiratórias devido à baixa umidade do ar. O decreto também regulamenta o uso da água no período de 180 dias restringindo o uso apenas para atendimento das necessidades básicas vitais.

De acordo com o prefeito de Varre-Sai, Silvestre José Gorini, a decretação da Situação de Emergência facilitará o trabalho da Prefeitura no atendimento à população.

“Através do decreto, podemos buscar apoio junto aos governos estadual e federal o que ajudará e muito o município neste momento difícil no qual passamos”, afirmou o prefeito.

Toda estrutura da administração municipal está mobilizada no sentido de minimizar os efeitos danosos da estiagem, realizando diversos atendimentos à população, seja no abastecimento de água, abertura de poços, além do apoio técnico aos produtores rurais.

Italva passa pelos mesmos problemas:

A Prefeita de Italva, Margareth Soares, decretou no último dia 11 de outubro, situação de emergência, buscando amenizar a situação crítica em que passa o município por causa da seca. O decreto 2302 de 11 de outubro de 2017 destaca a escassez de chuva nos últimos meses. Nos seis primeiros meses do ano choveu apenas 230mm, bem abaixo da média histórica que é de 650mm, uma queda superior a 35%. Com grandes perdas em todas as áreas, a estiagem está se tornando um problema crônico, ocasionando insuficiência na recarga dos mananciais, que vêm comprometendo o armazenamento de água, causando sérios problemas no consumo humano e animal.

Segundo a Secretaria Municipal de Agricultura, os prejuízos econômicos no campo aumentaram significativamente em decorrência da estiagem que já perdura por um longo período. O órgão estima que 80% dos produtores rurais estão sendo afetados pela falta de chuvas. A agricultura gera renda para muitas famílias em Italva, sendo um dos pilares da economia local. Propriedades agropecuárias do município já não dispõem de alimentação suficiente, em especial para o gado, comprometendo a produção de leite e carne. Só neste ano de 2017 há registros de 90 animais mortos devido ao problema.

O decreto estabelece situação de emergência em Italva por cento e oitenta dias (seis meses) ininterruptos, contados a partir de sua publicação. O decreto ainda deve ser reconhecido pelo Estado e pelo Ministério da Integração.

“A medida é necessária. É muito grave o que estamos vivendo. A estiagem e os incêndios estão nos preocupando. Tínhamos que tomar uma medida”, declarou a prefeita Margareth Soares, que acrescentou que a Secretaria de Defesa Civil e Ordem Pública coordenará as ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário.

Da redação da Rádio Natividade com Departamentos de Comunicação