Maior mercado consumidor de água de coco no país, o Rio de Janeiro busca alternativas para fomentar a produção da fruta no território fluminense, evitando os custos de sua importação de estados vizinhos e promovendo o desenvolvimento da cultura no estado.
Um encontro nesta terça-feira (11), na sede da secretaria estadual de Agricultura, em Niterói, reuniu técnicos da Emater-Rio, Pesagro, Sebrae, proprietários de agroindústrias envazadoras de água de coco e produtores da fruta.
– Nosso objetivo é aproveitar as experiências de cada um dos elos da cadeia produtiva para subsidiar a elaboração de um projeto viável, objetivo e que possa ser iniciado em curto espaço de tempo – afirmou o secretário de Agricultura, Jair Bittencourt.
Presente na ocasião, a presidente da Emater-Rio, Stella Romanos, enfatizou a importância da participação das agroindústrias neste trabalho, pois além de colaborarem com informações sobre os gargalos nessa etapa da cadeia, podem aproveitar a integração para se fortalecerem e superar dificuldades comuns.
Concentrada, principalmente, nos municípios de Quissamã, São João da Barra, Itaguaí, Japeri, Rio de Janeiro e Seropédica, a produção de coco no estado viu sua área de plantio ser reduzida de 4.246 hectares, em 2009, para 3.082 hectares, em 2016. A queda na produção abriu espaço para a entrada do coco de outros estados, especialmente do Espírito Santo, para abastecer as indústrias envazadoras.
Segundo os empresários, a importação encarece o produto final, em função da logística. Por outro lado, a qualidade da água do coco produzido no Rio de Janeiro é superior. As características de solo, clima e luminosidade dão ao produto um sabor característico.
– Como na vinicultura, o terroir da área de produção do Rio de Janeiro confere um diferencial à água de coco fluminense, atendendo às exigências do consumidor. – destacou Ronaldo Soares, coordenador de programas de fomento da Secretaria de Agricultura.
Para Norman Stein, produtor e gestor da Agroindustrial Quissamaense, há 25 anos na atividade, a falta de matéria prima é o maior entrave para a atividade atualmente. Cerca de 95% dos 5 milhões de cocos processados por ano pela sua indústria são provenientes do Espírito Santo e Sul da Bahia.
– O desafio agora é fazer um diagnóstico dos produtores existentes no estado, identificar aqueles cuja produção tem recuperação, se há o interesse por parte deles, e como fazer a recuperação desses coqueirais – afirmou.
Ao final do encontro foi decidido que as equipes da Pesagro, Emater, Sebrae e das agroindústrias elaborarão estudos de viabilidade econômico-financeira para recuperação das lavouras existentes, com potencial de incremento em sua produção. Os técnicos voltarão a se reunir em 30 dias para análise dos dados e tomada de decisões, envolvendo tecnologias de produção e fontes de financiamento, entre outras.
Também estiveram presentes o subsecretário de Desenvolvimento Econômico da Casa Civil, Lídia Espíndola, gestora de agronegócios do Sebrae, entre outros.