Produtores de microbacias atendidas pelo Rio Rural receberam nesta semana a visita de especialistas do Banco Mundial, financiador do programa de desenvolvimento rural sustentável no estado do Rio de Janeiro. Em seu primeiro contato com os agricultores familiares, o italiano Maurizio Guadagni, novo gerente da instituição financeira responsável pelo projeto Rio Rural, pôde conhecer a mudança de perspectiva no campo gerada com a implementação dos subprojetos individuais e grupais.
Italva foi a primeira cidade a ser percorrida. O município é dividido em seis microbacias. Em uma delas, a do Valão Carqueja, Guadagni viu de perto a transformação ambiental e econômica ocasionada com a adoção do pastejo rotacionado, um dos subprojetos incentivados pelo Rio Rural. Por meio dele, o capim é dividido em piquetes, que são liberados para o gado em forma de rodízio, permitindo que sempre haja oferta de capim de boa qualidade. Durante a visita em sua propriedade, o produtor Nilton Fernandes, que recebeu há um ano recursos para a execução do pastejo rotacionado, disse estar contente com os resultados na área de apenas um hectare.
– Agora temos comida boa para os animais o ano todo porque, mesmo no inverno, quando o clima fica mais seco, a vegetação cresce bastante – explica o produtor.
Em Italva existem 18 subprojetos de pastejo rotacionado. – Esse sistema é mais eficiente, pois aumenta a produtividade de leite e ainda se reduz a área de pastejo. Assim, o produtor pode reservar parte do antigo pasto para projetos de preservação ambiental – afirma José Antônio Zampier, supervisor regional da Emater-Rio na Região Noroeste Fluminense.
A comitiva também visitou um dos polos de recepção de leite da Associação de Lavradores da Fazenda Experimental, que tem 80 associados, com média de produção de dois mil litros de leite por dia. Na mesma microbacia, o produtor Almeirindo Corrêa mostrou as vantagens do sistema de irrigação por gotejamento, que possibilita o gasto controlado e direcionado de água para o crescimento das plantas.
– A vantagem do gotejamento é grande. Antes eu levava até 6 horas para poder irrigar a plantação de tomate. Hoje, não levo mais do que 8 minutos – orgulha-se Corrêa.
O produtor cuida atualmente de quatro mil pés de tomate com a ajuda de mais duas famílias. Com o gotejamento, é possível também evitar a erosão, pois o solo é molhado em pontos específicos e não em sua cobertura total.
Ainda no município de Italva, Guadagni participou de reunião com membros dos Comitês Gestores de Micobacias (Cogens). No encontro, eles falaram sobre os bons resultados obtidos pelo Rio Rural no município.