População de Guaçuí (ES) convive com o racionamento de água

A população de Guaçuí (ES), cidade que faz limite com Varre-Sai, convive com o racionamento de água desde que a cidade decretou situação de emergência, no mês de outubro de 2014. Um ano depois, ainda não choveu o suficiente para manter o nível normal dos rios e córregos que cortam a cidade e, com isso, o abastecimento para as residências foi comprometido em 33%.

A situação dos moradores piorou na madrugada da última semana, após a tubulação responsável pela distribuição de água estourar. Toda a cidade ficou cerca de 18 horas sem abastecendo de água e a situação só foi normalizada na noite deste sábado (17).

As residências dos locais mais altos da cidade foram as mais prejudicadas após esse incidente. O vigilante Wanderson Almeida, 31 anos, que mora no bairro Antonio Francisco Moreira, só não ficou sem água, pois tem seis caixas d’ água no prédio onde mora com sua família. “Como eu moro no segundo andar, a água não tem força para subir na caixa e eu tive que adaptar uma bomba no térreo”, contou . Mas alguns vizinhos ficaram sem.

Os moradores do bairro São Cruz, localizado em outra parte alta da cidade, também ficaram cinco dias sem água.

Outro lado

De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), empresa responsável pelo tratamento de água em Guaçuí, choveu 33% a menos do que era esperado até 30 de setembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, um dos locais onde a água era captada secou. Hoje, toda a cidade é abastecida com a água do Córrego São Felipe e com a água que é levada de carro-pipa para a estação de tratamento. Uma parte da cidade é abastecida durante 12 horas e a outra durante o restante do dia, em sistema de rodízio.

“Normalmente, chegam 120 litros por segundo de água na estação de tratamento, mas hoje chegam apenas 80 litros, 33% a menos que o normal desde o último dia 8 de outubro. Para conseguir abastecer a cidade, dois carros-pipa pegam água do Rio Veado e levam a estação de tratamento, uma média de nove viagens cada”, explicou o diretor do Saae Wagner Martinho.

Ainda de acordo com Wagner, no último ano foi publicado um decreto pedindo o uso racional da água. Nele está previsto que quem for pego desperdiçando será notificado e multado. “A nossa intenção não é multar e sim conscientizar as pessoas de fazer o uso racional da água . Mas as pessoas pegas desperdiçando água são notificadas e em caso de reincidência são multadas em R$ 224,00. O valor da multa é acrescido na conta”, disse.

Alegre

Em Alegre, município vizinho a Guaçuí, de acordo com o Saae, o nível do Córrego Jerusalém, responsável pelo abastecimento da cidade, está preocupante. O diretor Maurício Venâncio contou que a situação está se agravando desde a última quarta-feira.

“Desde então só tem piorado. Está caindo cada dia mais e está começando a faltar água no bairro Antônio Lemos Júnior, pois a água não está chegando nas partes altas da cidade. Amanhã vou me reunir com o prefeito e o secretário para ver o que pode ser feito, por enquanto ainda não adotamos o rodízio do abastecimento”, explicou.

Com informações de A Gazeta