Mesmo estando distante milhares de quilômetros no chamado continente gelado, o natividadense Jaynu Barducci, de 46 anos, não se esqueceu de sua cidade natal e fez questão de lhe render homenagens. Durante recente missão da Marinha do Brasil, o suboficial embarcou no Rio de Janeiro, no Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel, com destino à Antártida, onde o governo brasileiro mantém um base de estudos científicos há cerca de 33 anos.
Durante os cerca de 45 dias que esteve à serviço do seu país, compondo a equipe de manutenção da estação, Barduci, que já acumula quase 28 anos de serviço militar, fez questão de deixar registrado no totem, que fica próximo da base, uma placa com o nome do município em que mora e constituiu família. Após exaustivo, porém gratificante período de trabalho e com a certeza do dever cumprido, voltou para casa, em voo da Força Aérea Brasileira.
– Em julho de 2016, completo 28 anos de efetivo serviço na Marinha do Brasil, e em virtude de possuir tempo de serviço averbado, é intenção requerer transferência para a reserva remunerada (Aposentadoria). Talvez não tivesse a oportunidade de retornar àquele local tão fascinante, onde poucos no mundo tiveram a oportunidade de pisar. Por isso, não pensei duas vezes e fiz questão de deixar a nossa marca por lá, afinal de contas, quem ama Natividade, nunca se esquece! – destacou emocionado o militar que possui formação superior em história.
SOBRE A MISSÃO:
O Programa Antártico Brasileiro – PROANTAR completou 33 anos em janeiro de 2013. Ao longo desse período, permitiu a formação de centenas de cientistas e um vasto acervo de estudos em diversas áreas do conhecimento. A presença brasileira na Antártica culminou, em 12 de setembro de 1983, com a inclusão do país no seleto grupo de Membros Consultivos, colocando-o em posição privilegiada no cenário global e em condições de participar ativamente das importantes decisões sobre o futuro do Continente Gelado.
Nas suas três décadas, o PROANTAR pôde realizar uma média anual de vinte projetos de pesquisas nas áreas de oceanografia, biologia, biologia marinha, glaciologia, geologia, meteorologia e arquitetura, além de permitir à Marinha do Brasil, com o apoio da Força Aérea Brasileira, realizar uma das maiores operações de apoio logístico, em termos de complexidade e distância.
A Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) criada em 06 de fevereiro de 1984, localizada na Península Keller, no interior da Baia do Almirantado, Ilha Rei George, após 28 anos apoiando a comunidade científica, sofreu, na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2012, um incêndio que afetou 70% de suas instalações.
Após o incêndio, foram instalados Módulos Antárticos Emergenciais, complexo provisório que abriga cientistas e militares brasileiros na Estação. São 45 módulos, em uma área de aproximadamente 940m², dispostos sobre o heliponto e nas proximidades da EACF.
A operantar XXXIII, serviu de apoio aos militares e cientistas que ficam na estação, bem como, a própria manutenção dos módulos emergenciais, enquanto a nova estação não é construída
Da redação da Rádio Natividade – Fotos: Arquivo Pessoal (clique nas imagens para ampliar)