Fazer mais com menos tem sido a fórmula de sucesso dos 13 municípios do Noroeste Fluminense para oferecer educação pública de qualidade. A região concentra oito das dez melhores cidades na 6ª edição do ranking estadual da Educação, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). Apesar dos bons resultados nesse quesito, a região não tem nenhum município classificado como de alto desenvolvimento. Pelo contrário, as cidades do Noroeste respondem por apenas 0,9 do Produto Interno Bruto (PIB) fluminense.
Prova de que em se tratando de educação, o volume de recursos aplicados tem pouca influência na qualidade do ensino. “Sem dúvida, o resultado é fruto uma gestão comprometida com o trabalho em equipe e com o desenvolvimento dos nossos alunos”, ensina Maria Júlia Gomes de Mello, coordenadora técnica para Assuntos Educacionais da Prefeitura de Bom Jesus de Itabapoana. O município, que tem somente 3.800 estudantes, obteve 0,86 — o segundo mais alto índice Firjan, em Educação. Em Itabapoana, a Secretaria de Educação trabalha em cima das avaliações externas e simulados próprios para monitorar a evolução de cada aluno. Os mais fracos são incluídos no programa Sucesso Escolar, que oferece aulas de reforço. Além disso, os professores são incentivados a fazer cursos de formação. “A capacitação os ajuda a identificar e a corrigir as deficiências dos alunos”, explica Maria Júlia.
A pequena Aperibé, com pouco mais de 10 mil habitantes lidera o pelotão do ensino, com 0,89 no mesmo índice. Italva ficou em terceiro lugar (0,85). O indicador foi criado para acompanhar a evolução dos 5.565 municípios brasileiros. Ele avalia as condições de Educação, Saúde, Emprego e Renda, numa escala de 0 a 1 ponto.
No Noroeste, nove das 13 cidades têm dificuldade para gerir suas receitas. Só São José de Ubá apresentou boa gestão fiscal, no índice que mede o desenvolvimento municipal.
Prefeitura Legal eleva arrecadação
Uma iniciativa da Federação das Indústrias do Rio está auxiliando pequenas prefeituras a regularizar suas contas no Siaf (Cadastro Único de Convênio, da Secretaria do Tesouro Nacional) para ter acesso a mais recursos dos governos estadual e federal e, desta forma, conseguir investir em infraestrutura urbana. Trata-se do Prefeitura Legal, que atende 13 cidades do Noroeste, Cardoso Moreira, no Norte e sete da Baixada.
Entre 2005 e 2008, antes da implantação do programa, os municípios conseguiram arrecadar em torno de R$ 30 milhões em recursos voluntários. De 2009 até o ano passado, o valor foi superior a R$ 359 milhões.
“Uma cidade com as contas em dia é uma cidade que inspira mais confiança no empresariado para investir”, afirmou o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
No ano passado, as prefeituras passaram a contar com a participação de 60 universitários da Faculdade Redentor. Eles dão suporte nos municípios, ajudando a elaborar projetos de engenharia. O programa ainda capacitou 2.800 servidores.
Com informações de O Dia